segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Autopeças piratas ja abastecem todo o país

10/12/09 - As brechas da fiscalização na zona lacustre da fronteira com o Paraguai estão permitindo que o comércio pirata de autopeças in­­vada as lojas de todo o Brasil com rolamentos, pastilhas de freio e amortecedores falsos. O volume anual da falsificação e do contrabando que colocam em risco a vida dos motoristas chega a R$ 3,5 bilhões, segundo a Associa­ção Bra­­sileira de Combate à Falsi­ficação (ABCF).

O representante da ABCF em Foz do Iguaçu, Luciano Stremel, diz que as peças são fabricadas na China com material de baixa qualidade. Na lista há desde lâmpadas automotivas, bombas, mangueiras, pastilhas e anéis de pistão. "Eles inventam marcas que não existem no mercado nacional e fazem as embalagens em português. As marcas não fazem referência a indústrias ou ao Inmetro. E quando fazem são falsificadas", diz. Algumas quadrilhas falsificam produtos usando marcas conhecidas, como Mahle e Cofap.


Stremel diz que o crime usa a mesma logística do contrabando de medicamentos, armas, cigarro ou droga – ou seja, a rota de 170 quilômetros do Lago de Itaipu entre Foz do Iguaçu e Guaíra. O trecho do Rio Paraná que separa Foz do Iguaçu dos municípios paraguaios de Hernandárias, Ciudad Del Este e Presidente Franco também é passagem certa do produto.


Um dos motivos que está levando o contrabando de autopeças a disparar é a rentabilidade. Segundo a ABCF, a margem de lucro dos contrabandistas no mercado de reposição chega a 80%, porque alguns produtos são revendidos com o mesmo preço dos originais.


A dificuldade de o consumidor identificar a falsificação se deve aos avanços tecnológicos dos parques gráficos, que permitem a reprodução de embalagens parecidas com as originais. Estimativas da ABCF indicam que hoje as autopeças contrabandeadas representam 70% do mercado da falsificação. Outros 30% são oriundos de reaproveitamento de ferros-velhos.
Conselheiro do Sindicato Na­­cional da Indústria de Compo­nentes para Veículos Automo­tores (Sindipeças), Antônio Carlos Bento diz que o mercado formal brasileiro perde entre 5% e 10% com a pirataria e com a falsificação de autopeças, presente hoje em todo o país. Bento alerta sobre os efeitos da falsificação. "O motorista pode ter o veículo estragado ou até morrer", diz.
 
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Fonte : Etco

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