quinta-feira, 5 de julho de 2012

País soma R$1,2 bilhão em prejuízos com comércio ilegal de artigos de moda

Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação, a maior parte dos produtos fashion ilegais vendidos no Brasil vem da China, enquanto 10% são réplicas e 5% são desviadosdas fábricas

AMANDA VOLTOLINI

Cerca de US$ 1 trilhão são perdidos mundialmente por ano com falsificação e pirataria. Estima-se que pelo menos 25% desse montante deva- se à atividade criminosa relacionada a moda. Os dados são da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). No Brasil, as somas são de aproximadamente R$ 1,2 bilhão em perdas com pirataria de artigos fashion, em um universo de US$ 20 bilhões calculados em perdas com pirataria de modo geral. Os prejuízos envolvem, como principais fatores, a sonegação de impostos e o desvio de receita da indústria e das marcas.



Segundo Rodolpho Ramazzini, diretor de comunicação da ABCF, há, na moda, diferentes tipos de pirataria, e todas são crimes puníveis por lei. "Temos a falsificação, a contrafação-reprodução parcial de produto para indução ao erro-e a violação de direitos autorais e patentes", explica. A questão é complexa e apresenta no Brasil sintomas de um problema global.



Ramazzini diz que a prática criminosa tem diversas fontes. "Dos produtos pirateados, em média, 85% são cópias malfeitas vindas principalmente da China, que entram no Brasil via portos e aeroportos. Outros 10% são réplicas perfeitas, e há mais ou menos 5% que são produtos desviados das linhas de montagem originais", explica.



"Cabe às associações e fabricantes trabalharem em conjunto com a Polícia Federal para conter o crime. Mas não é efetivo para que se resolva problemas que começam do lado lá das fronteiras. Por conta do baixo custo de instalação de fábricas na China, muitos fabricantes migraram suas confecções para lá, em política de joint venture.



Com isso, treinam pessoal local para a produção de itens e, sem apoio de leis que os protejam, acabam vendo seus produtos desviados, ou produzidos, sem licença, numa fábrica clandestina do outro lado da rua", afirma o executivo, mencionando que o comércio de produtos ilegais conta com o envolvimento de quadrilhas do crime organizado internacional.



De acordo com Ramazzini, algumas grifes nacionais começam a sofrer com o problema no Brasil e no exterior. "Há marcas que ganharam prestígio, entraram para o setor de luxo e começaram a ser mais visadas, como a Victor Hugo, por exemplo", comenta.



"Lá fora, as sandálias Havaianas e os tênis Olympikus são alguns dos produtos mais visados. Esses artigos são muito cobiçados por estrangeiros", diz.



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Prejuízo global A estimativa de perdas decorrentes da pirataria no mundo é de US$ 1 tri



Na moda



A participação dos artigos fashion no montante mundial de itens pirateados é de 25%



Origem



A China é o principal exportador de artigos de moda piratas para o Brasil e responde por 85%







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