21/05/2010 - A produção e venda de medicamentos falsificados está em ascensão em países ricos e pobres, e cada vez mais consumidores incautos adquirem-nos pela Internet, disseram especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) esta quarta-feira, noticia o site Sapo Saúde.
Os medicamentos falsos ou abaixo do padrão costumam viajar escondidos, em sinuosos percursos, para mascarar o seu país de origem, como parte de uma actividade criminal que vale milhares de milhões de dólares.
"Os medicamentos falsificados põe muita gente em risco devido a produtos médicos que podem conter demasiados ingredientes activos, ou a menos, e/ou conter ingredientes tóxicos", disse Margaret Hamburg, directora da entifdade que regula os medicamentos nos EUA, a FDA (Food and Drug Administration).
"A falsificação está a crescer em complexidade, escala e limites geográficos", disse a responsável, durante a reunião ministerial anual da OMS.
Nos países ricos, a falsificação envolve "hormonas, esteróides, medicamentos oncológicos, ou seja, produtos farmacêuticos relacionados com estilos de vida", disse a OMS.
Já nos países em desenvolvimento, especialmente em África, os medicamentos falsificados costumam estar disponíveis para o tratamento de doenças graves, como a malária, a tuberculose e a sida.
O delegado da Nigéria lembrou que, em Fevereiro de 2009, 84 crianças do seu país morreram por causa de um xarope adulterado.
Margaret Chan, diretora-geral da OMS, disse que os produtos ilícitos também aumentaram o problema da resistência a medicamentos, inclusivamente dos importantes fármacos para o tratamento da malária e da Sida.
"Para o doentes, qualquer remédio com a segurança, eficácia ou qualidade comprometidas é perigoso", afirmou.
Índia e Brasil, importantes fabricantes de genéricos, alegam, com o apoio de activistas, que os grandes laboratórios farmacêuticos estão a aproveitar-se da preocupação com os remédios falsos para tentar proteger as suas patentes contra concorrentes legítimos no sector dos genéricos.
Chan disse que a OMS não vai entrar no debate sobre a propriedade intelectual das patentes: "O papel da OMS deve centrar-se na saúde pública, não no cumprimento da lei, nem no cumprimento da propriedade intelectual."
Os laboratórios farmacêuticos envolvidos em investigação e desenvolvimento de produtos dizem que os medicamentos falsificados representam uma ameaça para os doentes, e que não são os interesses comerciais que os movem nessa campanha.
Só no ano passado registaram-se 1693 incidentes conhecidos com medicamentos falsificados, um aumento de 7%, segundo esse grupo de laboratórios, que inclui a Bristol-Myers Squibb, a Roche, a GlaxoSmithKline e a sanofi-aventis.
Fonte : RCM Pharma
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