terça-feira, 17 de novembro de 2009

Mercado pirata de autopeça gera prejuízo de mais de R$ 3,5 mi à PB


15/11/2009

João Paulo Medeiros


Do Jornal da Paraíba



Um crime silencioso e que pode causar danos financeiros, acidentes, sequelas graves e até a morte de milhares de motoristas. A pirataria de peças automotivas tem invadido o comércio de autopeças paraibano e brasileiro, com produtos de baixa qualidade e que colocam em risco a integridade física de motoristas e passageiros de automóveis e motocicletas, nas rodovias federais e estaduais do Estado. Somente os prejuízos matérias provocados para as empresas que vencem produtos legalizados já assustam. Conforme estimativas da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), com a pirataria o setor automotivo na Paraíba deixa de arrecadar mais de R$ 3,5 milhões por ano.
No Brasil, esse mesmo tipo de crime chega a causar prejuízos de quase R$ 4 bilhões, conforme estudos realizados pela entidade. A ação dos falsificadores possui dois tipos de ‘modus operandi’, segundo os especialistas no setor de autopeças: o primeiro deles consiste no contrabando através da entrada de peças de baixa qualidade nas fronteiras brasileiras de produtos de origem chinesa, japonesa e argentina; o segundo com a reutilização de peças já desgastadas, separadas em ferros velhos, e recolocadas no mercado.
As duas formas, entretanto, são nocivas ao desempenho dos veículos e à segurança de seus condutores. Um dos diretores da ABCF, especialista em falsificação de autopeças, Pedro Antônio Mochetti, lembrou que a associação vem realizando ações de combate a falsificação dos produtos em todo o país, e cobrando da polícias atuação mais rigorosa para coibir esse crime.
“As peças dos carros fazem parte dos itens de segurança, que são importantíssimos para evitar tragédias. E o fato do proprietário do veículo adquirir equipamentos falsos é muito perigoso. Um rolamento falsificado pode travar, dar um problema e causar um acidente provocando a mortes de várias pessoas. Nunca é de mais observar que grande parte dos acidentes é causada por falhas mecânicas”, enfatizou o especialista, relembrando casos de tombamentos e capotagens de veículos provocados por falhas de peças falsificadas.

A lista e a variedade dos produtos são extensas e vão desde lâmpadas automotivas, bombas, mangueiras, pastilhas de freio, anéis de pistão, a rolamentos e filtros de ar. As quadrilhas de falsificadores se aproveitam da ingenuidade dos proprietários de veículos para comercializarem os produtos com até 80% do preço abaixo do mercado. Na maioria dos casos, os clientes nem percebem que estão adquirindo equipamentos falsos, devido aos avanços tecnológicos e à reprodução de embalagens parecidas com as originais.
O problema tem gerado preocupações para as empresas paraibanas que vendem produtos legalizados, e encontram na concorrência desleal um obstáculos a mais para se manterem no mercado competitivo. O presidente do Sindicato do Comércio de Peças e Acessórios para veículos do Estado da Paraíba, Carlos Noujain Habib, revelou que o ‘mercado paralelo’ vem se alastrando cada vez mais no Estado.
As empresas legalizadas, conforme o dirigente classista, já representam 6,5 mil empreendimentos e mais de 30 mil empregos gerados em todo o Estado. Mas a pirataria tem dificultado e diminuído os espaços para os empresários.
“Nós temos uma abrangência muito grande, que vai desde oficinas especializadas, retíficas, revendas automotivas, distribuidoras de autopeças e concessionárias até alguns postos de gasolina, que também vendem equipamentos originais. E nosso setor se vê diante de um mercado que não paga imposto, desleal, que afronta os serviços prestados por aqueles que são legalizados”, explicou Carlos Noujain.
Fonte: Paraíba1

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