18/01/2011- Primeiro foram os ovos, os tomates, o leite e a alface. Foi assim que, surgiram as feiras livres de Nilópolis. Logo, a feira passaria a vender frios, carnes, pescados, massas e alimentos artesanais. Não demorou para chegar luvas, meias e confecções em geral. Agora as feiras têm de tudo: a diversidade de produtos vai dos óculos de grife aos últimos lançamentos em DVD. O problema é que praticamente tudo é pirata.
Hoje, compra-se pirataria nas feiras com a mesma naturalidade com que se compra ovos e bananas. O mais grave: são locais públicos administrados pela prefeitura. A pirataria é incentivada pela população, que em busca de preços 70% mais baratos que no comércio formal, acaba adquirindo todo tipo de pirataria. Pela lei, quem vende produto pirata pode ser punido com advertência verbal, apreensão da mercadoria, multa e em último caso, cassação da licença da barraca.
Um feirante, que optou por não se identificar, disse que nunca foi procurado por nenhum fiscal. “Trabalho nas feiras há cerca de cinco anos e nunca fui procurado por ninguém. Enquanto isso vou vendendo meus produtos, pois é melhor eu vender isso do que ficar roubando”, justificou.
Falsifica-se de tudo. Os produtos piratas mais procurados são CDs e DVDs, seguidos de brinquedos, cigarros, relógios, óculos, roupas, calçados, bolsas, tênis, eletroeletrônicos e artigos de informática. O Conselho Nacional de Combate à Pirataria informa que 75% disso tudo vêm do sudeste asiático. Grande parte chega numa triangulação com o Paraguai, a maior porta de entrada desses produtos na América do Sul. Já a pirataria doméstica avança até em produtos mais prosaicos, como revela a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins. Os mais fraudados são água sanitária, desinfetantes, amaciantes e detergentes líquidos.
O Brasil deixa de arrecadar US$ 1,8 bilhão por ano só com o contrabando e falsificação de cigarros, valor que sobe para US$ 3,8 bilhões no caso de combustíveis. Na indústria de confecções, os artigos falsos movimentam US$ 60 bilhões por ano no país, segundo cálculos da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). Já o prejuízo da pirataria ao mercado do audiovisual chega a quase R$ 400 milhões, e a R$ 60 milhões com o download ilegal de filmes.
Nilópolis online
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